quarta-feira, 29 de julho de 2015

Beleza

Voz calma, concentrada. Pausas certas, jeito de falar incisivo. Lábios finos, dentes retos. Olhos penetrantes e atentos. Sempre atentos. Expressões nunca duvidosas. Transparência, beleza e loucura.  

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A Prosa

Como posso fazer poesia?
Ainda sem jeito, sem rima?
Sem peça,
Sem roupa, caminha
A vida insegura, sem ritmo.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Estante maldito
Sempre perdido
No ultimo
Mal estar

A lírica não pode
Enfim dar conta
Das flores
Dessa vida
Sem sacode
Nem altar

Enfim não podemos,
Ver o que queremos
E nem podemos ser
Aquilo que não sei
Não sei, não sei dizer

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Acabar I

Falo do de sempre
Mais ele sempre se faz presente
Ausente, porém
Me tento fazer, e me perfaço
Ainda sem jeito nem percalço
Avanço e me desabo
É isso, a vida enfim me acabo
num riacho

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Poesia II

As pessoas
São estranhas
São humildes e santas.
E o que fazer com essa frescura de vida, de tantas
Vidas já vividas.
Em momentos curtos
Porém intensos
A vida se faz, sem mistérios
Nem segredos, muito menos
Arrependimentos.
Sem culpas nem dor
Nem entristecimentos
Ela se faz, na gota página
Do desabrochamento.

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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Olhos I

Visão enxerga tudo
Ao redor
Tudo nítido
Perfeito

O tempo, porém gasta tempo cansando a visão
E ela, sem pressa, vai se deixando levar
Fica cansada, coitada, e sempre tenta
Enxergar
Mas perto dos oitenta
Enxergar é privilegio
E poucas visões se dão ao trabalho de tê-la
É tão triste, perdê-la
E tão alegre revê-la

As cores são lúgubres
Ao sol da manha
Os tons e as curvas de uma árvore
Na janela
Pedindo para ser pintada
As coisas mesmas são lindas
E elas mesmas parecem pintadas
Feitas cada uma a mão
Até as coisas feias
Como uma binga de cigarro no chão
Cacos de vidro, entulhos
Os entulhos são mosaicos
Caóticos
São belos em seu mundo caótico
São bem feitos, e medem e concertam
E estão bem posicionados
Embora sua posição seja arbitraria
O melhor juiz é sempre o apito
Da sentença final:
O belo também é feito
Do caos rarefeito.

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Nomes II

O mundo. O mar. O amor. A morte. O movimento. Esses cinco nomes. Agora são forças. Se movem lentos. Se esgueiram por entre as casas. O mar abraçando tudo. O mundo, porque tudo é mundo. O amor porque ele une. A morte porque separa. O movimento, porque tudo é movimento. Até mesmo o mundo.

Mundo

O mundo é tudo, e tudo quanto eu posso falar, tudo quanto um dia minhas mãos fatigadas haverão de escrever num papel em branco, ainda será infinitamente insuficiente de descrever qualquer mundo.

Movimento

Ele é o mundo. E o mundo é ele. A única diferença é nenhuma. Só há palavras para complicar, e tentar dizer de mais quando pode dizer de menos. Porque as vezes, dizer de mais, diz mais mesmo. E isso é importante. O movimento é incessante, o mundo porém cambaleia. Os dois estão juntos, e Caminham juntos e são juntos, só numa intensidade diferente.

O amor

O que é o amor?
O amor é o que nos une, nos enlaça.
Nos dá alimento humano
Não o humano sujo, que fique claro
O vil e asqueroso, esse não
O amor é aquela graça humana,
em que um ser Amoroso
se encanta com outro,
e os dois se mesclam
Se unem, se tocam, e se embotam
Um da presença do outro

Morte

A morte é o veneno
Dor que atina o sentimento
É corte no tempo
Quase arrependimento.

É vil, força inumana
Arrasta-nos além da conta
E sem vitalidade nos engana
E nos leva até a ultima gota
Num fim de tarde, á luz
indo Pela linha do horizonte
 
Mar

E o mar?
Porque convocá-lo
Na sua nobreza azulada
A fazer parte de uma poesia
Mal encaixada?

Porque lançar lhe vitupérios
Em forma de provérbios
Estrofes e versos
Se ele somente canta
A canção das ondas
O baile gostoso e manso da maré
Ele é o grande senhor do mundo
Talvez, ele o tenha fundado
Se arrependeu, porém
Quando viu surgir do barro
Seu ser mais que confuso
O homem obtuso
Ser indiferente, nega o mar
Nega o mundo, o amor, a morte
E até o movimento
Cria metafísica, cria sem sentimento
Nega então a sua origem marítima
Nega sua origem no movimento do mundo
Que é morte e amor
Crescimento e esmorecimento.

Ser asqueroso, não merece nem morrer
Nem amar
Quanto mais, tomar um banho de mar
O sublime aconchego da agua no corpo
Prazer mais que sublime, sem escopo
É lindo, é belo, é pouco, o homem
Em sua insensatez é ridículo
Um porco.

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domingo, 6 de julho de 2014

Visão I

As ruas estão solitárias. Os carros anoitecem adormecidos. A alma chora por dentro do corpo. E o corpo por fora chora de frio. O vento sopra ligeiro. Os bondes ecoam faceiros. E nas estradas saltam carros em movimento frenético. Os corações vibram ante o movimento incessante. Os olhos vagueiam, e se metem numa rua escura, mal iluminada. Os bares, riem bêbados solitários. Desejos perdidos. Vidas perdidas. Mulheres metidas em roupas apertadas e extravagantes dançam ao som de uma maquina estranha. Seus passos e suas vozes ecoam num ambiente perturbador e nostálgico. Tristeza invade o peito e amortece os músculos. Os pulsos e as vozes são escuras, são meigas, profundas. Quero morrer a noite funda. Quero jogar-me no peito arfando profundo profano. Navegar pelas mentes insanas, que alucinam um mundo caótico e perturbador.

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Amar I

Amar
perdido, vívido
amar
o esquecido
agua parada, a calma
esperar
o vento corre, a
chuva desce
molhar...
o cigarro apaga,
a cerveja consome-se
embebedar
o menino bonito, a chama
apagar
o beijo molhado, a mão virgem
acariciar
os pelos negros, tão negros
amaciar
a pele morena, já entumescida
amar.

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Encontro I

Num papel
me acho feito
me despedaço, sou desfeito
me encontro num compasso
esqueço.
Volto e não me encontro
agradeço.

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